NITRO Histórias Visuais

Por trás de uma grande história

Por trás de uma grande história

Urucuia: Grande Sertão Veredas

 

Do encontro entre força e delicadeza, surge um dos artesanatos mais autênticos do Brasil.

 

 

No coração do sertão mineiro, entre veredas, chapadas do cerrado e o rio Urucuia, vive um povo simples e grandioso. Contrariando o correr dos novos tempos, cultivam a observação, o respeito à terra e a tudo que dela brota – saberes que atravessam gerações e se manifestam em um dos artesanatos mais autênticos do Brasil, o “Urucuia: Grande Sertão Veredas”.

Quem olha hoje para a região não imagina que há poucos anos seu povo estava às voltas com o desalento, conta Amanda Guimarães, analista da Unidade de Agronegócios e Artesanato do Sebrae Minas. No pós-pandemia eles enfrentavam um desafio muito grande, estavam desmobilizados, deixando de lado seus saberes e ofícios.
A partir de estudos feitos em 2022, foram criadas frentes de trabalho voltadas às pessoas, aos produtos e ao território, com o intuito de reconectar os artesãos à essência dos seus fazeres e à sua origem para a criação da marca coletiva “Urucuia: grande sertão veredas” – que além de fortalecer, chancela o trabalho feito por artesãos de nove comunidades da região.

 

Valorização de dentro para fora

O primeiro passo foi fortalecer a autoestima das pessoas, lembra a consultora Viviane Fortes da Silva, que integrou a equipe do Sebrae. “Com muito respeito e delicadeza, a abordagem foi feita como uma espécie de espelho, para que eles pudessem se ver como parte de um território tão raro e terem consciência da riqueza que fazem existir”.
São raros os lugares do Brasil que têm a cultura do plantio à entrega do produto final. “Eles plantam o algodão, colhem, fiam, tecem. Fazem o tingimento vegetal, preservando em todo o processo um conhecimento muito próprio desse lugar. Há ainda o artesanato da fibra do Buriti, uma herança indígena e uma forte relação desses fazeres com os cantos, com a rabeca, com as danças de São Gonçalo. É algo único”.

Aos poucos, a cultura dos mutirões foi retomada – uma tradição centenária onde os artesãos se encontram para cantar, trabalhar, se conectar com seus ofícios e território. Segundo Amanda Guimarães, conservar esse rito é fundamental para fortalecer a identidade dos produtos e também desenvolver outros novos. O intuito da marca coletiva é mostrar o valor dessa origem – tanto para dentro, entre os artesãos, como para fora, no mercado, gerando valor para ambos.

Para Rogério Galuppo Fernandes, analista da Unidade de Agronegócios e Artesanato, o trabalho vai muito além da marca. “Ele retrata uma ampla estratégia coordenada para a transformação do território, para protege-lo, além de promover seus processos produtivos, tornando-os conhecidos e reconhecidos pelo mundo.”

 

Respeito e admiração pelo que se vê

Vivenciar histórias como essa é puro arrebatamento para os integrantes da Nitro. É, em igual medida, desafio: como transmiti-las ao mundo? Tudo começa com respeito, com admiração, com a crença no que se vê. Com a ajuda da equipe do Sebrae Minas, Leo Drumond e João Marcos Rosa pediram licença aos artesãos do Urucuia para observá-los e ouvi-los.

“Fizemos uma imersão intensa em seu universo. Captamos seus ofícios, afazeres, seus sons, suas manifestações culturais, em meio à beleza e força dessa ‘iconografia’ do sertão. Era o amanhecer em uma vereda, um fim de manhã com artesãos de buriti, uma tarde em busca de araras, um pôr do sol ao som de uma rabeca na beira do rio e uma noite documentando um grupo de roda”, conta Drumond.

“Foi inexplicável a quantidade de cenas inesquecíveis que tivemos a honra de presenciar. O nosso maior compromisso era fazer jus à tanta beleza, com especial respeito às pessoas que nos cederam um pedaço do seu tempo e de suas vidas. Isso nos permitiu sentir a força da região, esse sertão ‘molhado’, especialmente através da resiliência das mulheres que encontramos ali”.

 

Beleza traduzida em histórias visuais

Antes do sol nascer, os nossos contadores de histórias estavam à postos. Só terminavam as filmagens bem depois dele se por. “Eram jornadas intensas, mas que nos permitiam sentir essa passagem do tempo e mudanças de cenários na própria pele, pois fizemos uma verdadeira expedição pelo sertão do Urucuia”.

Para Amanda Guimarães, a Nitro teve um papel muito importante de contar essas histórias e materializar tudo que está sendo construído na região. Tanto para os artesãos se verem, se assistirem, se reconhecerem e se sentirem valorizados, como para o público externo, para que possam enxergar a essência do território e despertar o interesse em se aprofundar e conhecê-lo.

“As histórias visuais da Nitro são uma poderosa ferramenta de tradução da essência do Urucuia: Grande Sertão Veredas para o imaginário das pessoas, de dentro e de fora do território”, ressalta Rogério Galuppo Fernandes. “Para dentro reforçam o senso de pertencimento e, para fora, tangibilizam a percepção dos personagens, dos valores, das tradições e dos ofícios, contribuindo com a valorização de sua arte, seus produtos, suas vocações. A Nitro tem a sensibilidade necessária para causar este impacto nas pessoas através de suas imagens.”

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