NITRO Histórias Visuais

Dedo de prosa: entrevista com Thiago Veloso Vitral

Dedo de prosa: entrevista com Thiago Veloso Vitral
“A fotografia e o audiovisual são recursos didáticos necessários na construção de uma sociedade mais observadora e crítica.”

 

 

Neste bate-papo, Thiago Veloso Vitral, coordenador do Museu da Imagem e do Som (MIS-BH), aborda a fotografia e o audiovisual como instrumentos para a investigação social e prática pedagógica.

 

Na era das redes sociais e IA, as narrativas visuais tornam-se ainda mais poderosas. O que você enxerga de positivo nesse cenário e o que precisa ser repensado?

 

O mais positivo consiste na democratização da informação e das oportunidades na criação de conteúdos. No entanto, se faz ainda mais necessária uma avaliação crítica para as produções e narrativas efêmeras, desenraizadas de conceitos e referênciais teóricos e técnicos.

Quando falo de avaliação crítica, digo no sentido de “criticizar” uma narrativa. Por exemplo, indagar o porquê de sua elaboração, a qual público deseja atingir, com qual finalidade. Além de questões sobre a veracidade da informação e a ética.

 

A fotografia e audiovisual vão além de temas grandiosos ou urgentes. Pensando nessas linguagens como documentos do cotidiano, como elas contribuem para a investigação social e, também, para a educação?

 

A fotografia e o audiovisual, assim como outros registros documentais, representam fontes primárias para o conhecimento de determinado tema, uma vez que documenta a atividade do homem, ou do seu coletivo, em determinado tempo e espaço. É a captura da evolução de culturas e povos por meio de sons e imagens, sejam elas estáticas ou em movimento.

No que tange a sua utilização como recurso pedagógico, penso na força da imagem, sobretudo da imagem em movimento, em uma sociedade cada vez mais imagética e audiovisual. É um recurso didático muito palpável e necessário na construção de uma sociedade mais observadora e crítica.

 

Cena da oficina de mini-documentários realizada pela Nitro em parceria com o MIS. Foto: Thiago Guarah

Recentemente, o MIS BH realizou a oficina “Mini Documentário: conte e preserve suas histórias” em parceria com a Nitro. Como foi essa experiência?

 

A oficina foi muita positiva, tanto na parte prática e técnica, como pela possibilidade de se criar novas narrativas e registros documentais a partir de uma ação formativa e educativa. Buscamos sensibilizar, experimentar e abrir caminhos criativos para que as pessoas contassem as próprias histórias. Nas aulas, conduzidas pelo fotógrafo e cineasta Bruno Magalhães, os participantes fizeram uma imersão na construção de imagens como narrativas próprias e autênticas, usando apenas recursos acessíveis como o celular.

 

*Créditos foto: Thiago Guarah

 

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